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Artigos de Frei Cláudio Sérgio de Abreu, OFM Cap
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21.Dez - Chega a “Mãe do meu Senhor”
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Chega a “Mãe do meu Senhor”


   Jesus ensinou que “há um só Pai nos céus, e vós todos sois irmãos na terra” (). Não se discute  a grandeza dessa afirmação, mas por outro lado, importa recordar que todos estamos na história, onde cada um age conforme sua idade e capacitação como vemos que “Jesus crescia em idade, tamanho, sabedoria e graça, diante de Deus e diante dos  homens” ().


   Assim, temos uma verdade fundamental, revelada por Deus sobre a nossa condição, mas nos situamos em faze de crescimento. Idades diversas, condições humanas diversas, exigem  que cada um organize a sua vida no território da família, onde os mais velhos ajudam os mais novos...  Então, o encontro com a Palavra de Deus, se autêntico, nos confraterniza, nos reúne na alegria de uma só família, pela razão citada de que há um “só Pai no céu”.


   A liturgia de hoje traz para nós o encontro de duas mulheres que são parentes pelos laços de sangue, que não se conheciam visualmente,  mas que estão unidas por uma dimensão maior, a graça que cada uma recebeu do alto.


     Primeira figura que entra em cena, é Maria de Nazaré. Tão logo disse seu “Sim” ao projeto de Deus, engravidou... Mas o “Sim” a Deus não era justificativa de esquecer os outros... Sabendo, pelo mesmo anjo, da gravidez de sua parenta, idosa, morando longe, ela imediatamente se pôs a caminho... Não foi lá para passar uns dias juntas, comer  na alegria de uma casa. Maria foi em missão, foi ajudar a parenta, idosa, grávida, já em estado de gravidez avançado.  O “faça-se em mim segundo a tua palavra” repercutia na vida de Maria, que se proclamara a “serva do Senhor”. Quem é servo, deve revelar isso na ativa... E por isso Maria de Nazaré tomou o rumo das montanhas da Judeia, porque quem ama não espera acontecer.


   Entrando na casa de Isabel, Maria já era portadora da Boa Notícia, assim que o menino de Isabel exultou de alegria com a chegada da Salvação do mundo. E ele foi o primeiro, ainda no ventre materno, a acolher a salvação “e exultou de alegria” ... onde existe amor, sempre acontece comunicação. E Isabel  aprendeu por sua vez em somar-se ao anúncio de Gabriel, acrescentando o : “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42).


  Se, diante das maravilhas que Deus lhe fazia, Maria se sentia “a humilde serva”  diante  do Senhor;  Isabel, por sua vez, se sentia pequena diante da grandeza da “Mãe do meu Senhor”: “de onde me vem a honra de que a Mãe do meu Senhor me visite?”  (v.43 ).


   Quem está na   dança, entende a melodia. Quem ouve a Palavra, como Maria de Nazaré, como Isabel, sabe entrar no coral da Igreja que proclama “Santa Maria, Mãe de Deus!”



   É isso que a liturgia de hoje nos desafia. Entrar na alegria de João e de Jesus, na alegria das duas mães que contemplam, pela fé na palavra de Deus, o futuro dos seus filhos. Um, seguirá preparando o caminho do segundo. O que vem depois, “que é maior” revelará ao mundo um Pai no céu, “lavando os pés dos discípulos”, como as duas mães iriam fazer, tão logo aos filhos.



Salmo 20=21


O pano de fundo deste salmo uma batalha em que o rei, ou o povo, tiveram sucesso. Colocar a vontade Deus no centro da vida é uma garantia de poder contar com a sua proteção. Deus tem poder de permitir resultados positivos numa batalha a quem lhe é fiel.


  O salmo é uma prece de intercessão, mas colocada após o êxito de uma batalha. A vida continua. E como Deus se manifestou no passado a quem nele confia, tudo pode se verificar novamente em quem nele confia. A oração, aqui, expressa uma grande confiança em Deus, acima da coragem e capacidade  do próprio  rei. Assim, Deus era/é reconhecido como Rei, chefe do povo em qualquer situação da vida. E essa certeza tornava-se contagiante.


   Então, o salmo começa com uma prece de intercessão. Quando o povo, ou a liderança do povo, entra em guerra,  faz-se absolutamente necessário que “o nome do Deus de Jacó o proteja” ( v.1). E, nesse clima de confiança, na oração, o suplicante sabe que será ouvido pelo Deus que  habita o “santuário e que envia o socorro”  (v.3). Então, quanto maior os perigos na guerra,  se os fiéis oram de acordo com a vontade de Deus, podem esperar grandes acontecimentos favoráveis. E, assim, em qualquer momento da vida, angústias, perplexidades, doenças, importa procurar Deus na oração, individual e comunitariamente. Pela oração e pela fé em Deus, que se revela pelo amor, podemos cobrar de Deus  que nos conceda a vitória, como os fatos bíblicos nos ensinam.


    Importa lembrar, aqui, a referência que o texto faz ao “santuário”, o lugar de Deus habitar na terra, espaço em que o “tu a tu” se torna muito forte. Há uma espécie de reciprocidade, imediata, neste espaço da fé. Assim, Deus quer estar tão perto do seu povo, que “habita uma tenda” no meio do povo... e nós precisamos, de alguma forma, visualizar essa proximidade. Assim, o santuário é lugar da proximidade de Deus, onde as oferendas do povo, terão um retorno atendendo ao pedido de socorro (v.2). 


   A certeza de que a súplica será atendida, foi atendida, enche de júbilo o pedinte que coloca ofertas de “holocausto”. Ofertas em holocausto são sempre ofertas de ação de graças por benefícios recebidos... E aqui, o salmista/Davi, que se prepara para a guerra, prioriza a oração, e  já agradece, de antemão, a vitória que será alcançada. Então, da súplica para que o Senhor “realize todos os seus projetos” (v.5), já se passa ao louvor e agradecimento, pois  “sei que Jahwéh dá a salvação  ao seu ungido”, e lá do seu “santuário celeste... responde com sua direita salvadora” ... referência ao Templo  (v .7).


   E o salmo conclui com o reconhecimento do poder vitorioso de “Jahwéh”  que irá se manifestar após a batalha vitoriosa:  “Uns confiam nos carros...nós, porém, invocamos  o nome de Jawhéh nosso Deus...e ficamos de pé” (vv.8-9).


     No salmo temos três atitudes, expressas em momentos de oração. Primeiro, a oração em forma de pedido, como vemos no versículo 01: “Que o Senhor te responda no dia da angústia”.


 Depois, uma oração de reconhecimento da própria condição de homem, criatura frágil, que revela sua condição de humildade, ao recordar que “uns confiam nos carros, mas nós invocamos o nome de nosso Deus” (v.8).



    E em terceiro momento, tenha acontecido, ou vá acontecer a batalha, já se canta “gratidão” pela certeza da vitória.  Davi, tinha experiência do agir de Deus, em sua vida, em tempos passados. Por isso, agora, com mais força, glorifica ao Deus dos exércitos, poderoso nas batalhas.




Fonte: Frei Fabiano Zanatta, OFMCap

Frei Cláudio Sérgio de Abreu, OFM Cap

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